terça-feira, maio 15, 2012

De Quando Calei-me Diante De Uma Situação Sem Definição Poética

Andava sob a chuva fina
que obstruía meus poros
a noite estava no início
da sua metade final
e a rua na sua calmaria
habitual
quando passei por um sujeito
que apanhava de um marginal
- você cala a sua boca
era o que ele dizia ao sujeito
eu, meio sem jeito
continuei o meu caminho
objetivava o meu destino
estava perto
não sei se fiz certo
analisando
fiz sim
não poderia ajudar o desconhecido
o egoísmo social pode ter me corrompido
entretanto, estava bem
- você cala a sua boca
continuou na minha cabeça
mas já na esquina
minha respiração estava calma
calei a minha boca
calei os meus poros
calei a minha alma.