quarta-feira, maio 20, 2009

A parede, a porcelena e o espelho.

Atravessei a parede e você colou os lábios
ficou sem reação e amarrou as cobertas
dormiu
cheguei em um enorme salão
fazia eco
do jeito que você gosta
não importou o jeito que eu desejava
outros estavam comigo
nenhum tinha rosto
eram produtos
e a luz da lua fez sombra através dos quadros
todos de pintores conhecidos seus
você amaria
e uma boneca de porcelena apareceu assustando a todos
ela fazia pirueatas e todos aplaudiam
bravo
bravo
um espetáculo fabuloso
parecia artificial
eu suspirei
e o que vi foi uma rua vazia
escura
eu segurei o espelho e você enxergou
o rosto branco e os olhos imóveis
o cabelo falso e o corpo de porcelena
aquela estranha que apareceu
era você.